Cardeal norte-americano Robert Prevost é eleito papa e adota o nome Leão XIV
- Equipe do Blog
- 8 de mai.
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Mundo

A fumaça branca subiu da chaminé da Capela Sistina na manhã desta quinta-feira (8), anunciando ao mundo a eleição do novo papa. O cardeal Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi escolhido no segundo dia do conclave e será conhecido como Leão XIV. Ele sucede o papa Francisco na liderança da Igreja Católica.
Prevost, nascido em Chicago (EUA), torna-se o primeiro papa norte-americano da história e o primeiro pontífice oriundo de um país de maioria protestante. Apesar da nacionalidade, construiu grande parte de sua trajetória religiosa na América Latina, especialmente no Peru, onde atuou por mais de uma década como missionário e, mais tarde, como bispo.
A eleição de Prevost ocorreu com o apoio de ao menos 89 dos 133 cardeais eleitores, superando os dois terços exigidos. Até sua escolha, ele ocupava duas das funções mais influentes da Cúria Romana: prefeito do Dicastério para os Bispos — responsável pela nomeação de bispos no mundo inteiro — e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina.
Discreto e de voz serena, Leão XIV é considerado um reformista, alinhado à linha de abertura e diálogo promovida por seu antecessor. Tem sólida formação teológica e é especialista em direito canônico. Ingressou na vida religiosa aos 22 anos, formou-se em teologia na União Teológica Católica de Chicago e, aos 27, foi enviado a Roma para aprofundar seus estudos na Universidade de São Tomás de Aquino.
Foi ordenado sacerdote em 1982 e, dois anos depois, iniciou missão pastoral no norte do Peru. Em Trujillo, viveu durante o regime autoritário de Alberto Fujimori e chegou a exigir desculpas públicas do governo por abusos cometidos no período. Em 2014, assumiu como bispo da Diocese de Chiclayo, onde permaneceu por nove anos.
No entanto, sua trajetória não é isenta de controvérsias. Em 2023, três mulheres acusaram Prevost de ter acobertado casos de abuso sexual cometidos por dois padres quando elas ainda eram crianças. Segundo as denúncias, o então bispo foi informado das acusações em 2020 e formalizou os relatos ao Vaticano dois anos depois. A diocese peruana nega acobertamento e afirma que os procedimentos canônicos foram seguidos. A investigação ainda está em andamento no Vaticano.
Antes de ser eleito papa, Prevost havia sido nomeado cardeal em 2023, cargo que ocupou por menos de dois anos — um caminho meteórico e pouco comum no alto escalão da Igreja. Durante a internação do papa Francisco, foi ele quem liderou orações públicas no Vaticano em favor da recuperação do pontífice.
Agora, como Leão XIV, Robert Prevost assume a missão de guiar os mais de 1,3 bilhão de católicos em um momento de desafios internos e externos para a Igreja. Sua eleição sinaliza a continuidade de uma agenda de reformas e abertura, iniciada por Francisco, mas também coloca os olhos do mundo sobre sua capacidade de enfrentar questões sensíveis como transparência, justiça e renovação da fé católica.
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