Bahia
O União Brasil venceu o triplo dos confrontos diretos contra o PT nas eleições municipais deste ano em cidades da Bahia. As duas legendas se enfrentaram em 32 municípios, e o União Brasil elegeu prefeitos em 21 deles, o que representa cerca de 65% do total.
O PT, por sua vez, venceu em sete cidades, enquanto três municípios tiveram prefeitos eleitos de outras legendas que participaram da disputa eleitoral. Em Camaçari, onde os dois partidos também se enfrentaram, a corrida eleitoral foi para o segundo turno, disputado entre Flávio Matos (União Brasil) e Luiz Caetano (PT).
O União Brasil venceu em Araçás, Barreiras, Cairu, Conceição do Coité, Conde, Dom Macedo Costa, Feira de Santana, Ibicaraí, Ilhéus, Lauro de Freitas, Mansidão, Mata de São João, Ourolândia, Quixabeira, Rafael Jambeiro, Santo Amaro, Santo Estêvão, São Gonçalo dos Campos, Senhor do Bonfim, Uruçuca e Vitória da Conquista.
O PT saiu vitorioso em Abaré, Alcobaça, Amargosa, Itacaré, Jaguarari, Planaltino e Serra Dourada. Em Santa Cruz Cabrália, Conceição do Almeida e Buritirama as duas legendas tiveram candidatos, mas a disputa foi vencida por postulantes de outros partidos.
O deputado federal Paulo Azi, presidente estadual do União Brasil, avalia que o resultado comprova que o discurso do PT de alinhamento fracassou. “Os números mostram que esse discurso de alinhamento entre governos estadual e federal com os municípios, de utilização massiva da figura do presidente Lula, do governador Jerônimo Rodrigues, fracassou”, afirma.
Azi ressalta que os dados mostram que o principal fator da eleição municipal foi a realidade das cidades. “O que pesou na eleição foi o quadro político local, os problemas de cada município. Essa tentativa de nacionalizar e de vincular os candidatos do PT a Jerônimo e a Lula fracassou, e esses postulantes tiveram uma derrota retumbante, principalmente nos municípios onde houve o confronto direto”, pontua.
O presidente do União Brasil diz ainda que a vinculação com Jerônimo pode ter atrapalhando mais do que ajudado os candidatos do PT. “Diante da crescente rejeição do governador, que não está apenas nas grandes cidades, mas também nas médias e menores, essa utilização da imagem dele pode ter prejudicado os seus candidatos. Os números reforçam isso”, salienta.
Vitórias – Em algumas cidades, as vitórias do União Brasil sobre o PT tiveram um peso ainda maior. Um dos exemplos é Vitória da Conquista, onde a prefeita Sheila Lemos (União Brasil) enfrentou dois candidatos da base petista (Waldenor Pereira, do PT, e Lucia Rocha, do MDB) e venceu no primeiro turno. Ela foi a primeira prefeita da cidade reeleita sem precisar de um segundo turno.
A vitória de Zé Ronaldo de Carvalho (União Brasil) em Feira de Santana também foi emblemática. Na Princesinha do Sertão e segunda maior cidade do Estado, o governo apostou alto na candidatura de Zé Neto (PT), com participação ativa da cúpula petista. No final, Zé Neto teve sua sexta derrota, a quarta para Zé Ronaldo.
Outros casos emblemáticos ocorreram em Lauro de Freitas, Ilhéus, Barreiras, Santo Amaro, Rafael Jambeiro e Senhor do Bonfim. Em Lauro, Débora Régis (União Brasil) foi eleita com a maior votação da história, superando Antonio Rosalvo (PT), candidato da prefeita Moema Gramacho (PT), que conclui em 2024 seu quarto mandato na cidade.
Em Ilhéus, a candidata Adélia Pinheiro (PT) tinha o apoio dos principais caciques governistas e era apontada como favorita, mas foi vencida por Valderico Júnior (União Brasil). O mesmo cenário era apontado em Barreiras, onde Tito (PT) chegava a liderar pesquisas, mas acabou ficando em terceiro lugar na disputa, vencida por Otoniel Teixeira (União Brasil).
Já em Senhor do Bonfim, o prefeito Laércio Júnior (União Brasil) foi reeleito com votação histórica (79,98% dos votos válidos), superando Helder Amorim (PT). Em Rafael Jambeiro, a atual prefeita Cibele Carvalho (PT), que já foi secretária na gestão do ex-governador Rui Costa (PT), perdeu a reeleição e foi derrotada por Nalvinho (União Brasil). Em Santo Amaro, Flaviano Bomfim (União Brasil) bateu Leozinho (PT), que era apoiado pelo ex-prefeito Ricardo Machado (PT).
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