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Renan Calheiros critica Jaques Wagner por acordo para votação do PL da Dosimetria: "Farsa"

Brasil

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Em discurso no plenário do Senado, na última quarta-feira (17), o senador Renan Calheiros (MDB-AL) fez duras críticas ao líder do governo, senador Jaques Wagner (PT), acusando de articular um acordo que classificou como “indigno” e prejudicial ao Estado Democrático de Direito.


Segundo Renan, Wagner teria buscado costurar um entendimento para que o Senado votasse, no mesmo dia, a proposta sobre a dosimetria das penas relacionadas aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, em troca da votação das desonerações tributárias. O senador afirmou ter sido procurado de forma reservada e disse que se recusou a participar do acordo. “Eu me recusei e continuo a me recusar a fazer esse acordo”, declarou da tribuna.


Renan relatou que já havia um entendimento prévio com o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Otto Alencar (PSD), para que o MDB pedisse vista da matéria e que fosse concedido o prazo máximo previsto no regimento. Segundo ele, no entanto, Wagner teria informado que a decisão já estava tomada. “O Otto vai conceder uma vista de quatro horas e nós vamos votar”, teria ouvido, segundo seu relato.


Indignado, o senador afirmou nunca ter presenciado situação semelhante no Senado. “Eu nunca vi uma indignidade dessa”, disse. Para Renan, a proposta equivale a um gesto de complacência com os responsáveis pelos ataques às instituições democráticas. “Às vésperas do Natal, um líder do governo querer dar de presente um peru para os golpistas que atentaram contra a democracia e o Estado Democrático de Direito”, afirmou.


O senador classificou a sessão como um momento negativo para o Legislativo. “Hoje é um dia muito triste para essa Casa e especialmente para mim”, disse, ao criticar o que chamou de “farsa” construída em torno de um projeto que, segundo ele, busca viabilizar a arrecadação de alguns bilhões de reais.


Renan também direcionou críticas à condução da política fiscal do governo. Segundo ele, o Executivo errou ao não promover cortes de despesas de forma antecipada. “Se o governo tivesse me ouvido, tinha cortado despesa há muito tempo”, afirmou. Para o senador, a sucessiva retirada de despesas do arcabouço fiscal para fechar as contas compromete a credibilidade das regras e expõe fragilidades na estratégia econômica adotada.

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© 2022 por Fabio China

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